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Showing posts from April, 2006

alô, quem fala?

Ronald Augusto nasceu em Rio Grande (RS) a 04 de agosto de 1961. Poeta, músico, letrista e crítico de poesia. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Puya (1987), Kânhamo (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No assoalho duro (2007), Decupagnes assim (2012) e Cair de Costas (2012). Traduções de seus poemas apareceram em Callaloo African Brazilian Literature: a special issue, vol. 18, n0 4, Baltimore: The Johns Hopkins University Press (1995), Dichtungsring - Zeitschrift für Literatur, Bonn (de 1992 a 2002, colaborações em diversos números, poesia verbal e não-verbal) www.dichtungsring-ev.de . Artigos e/ou ensaios sobre poesia publicados em revistas do Brasil e sites de literatura: Babel (SC/SP), Porto & Vírgula (RS), Morcego Cego (SC), Suplemento Cultural do Jornal A Tarde (BA), Caderno de Cultura do Diário Catarinense (SC), Suplemento Cultura do jornal Zero Hora (RS); Revista ATO (MG); www.germinaliteratura.com.br ; www.slope.org ; entre outros.

um dedo de prosa

GORRO DA MEIA NOITE A nota hesitante: o anuviar do factível da cor, e esta fazia há pouco uma coisa renunciar a encarnar-se em outra. O limiar de um de-gesto; golpe de rama, pulsão. Figura a esboroar-se quieta - consoante demuda - de maneira ininterrupta. Destrinça ou algo de rixa entre almas bracejando em pixe pálido. Baixo impacto de areal morno, humectante. O passeio, a excursão ilusionista não obdura o bastante: montes mais a silhueta de sua pretidão e ilhas ao longe, ondulação no horizonte. Telhado entre arvoredo. Tela de teatro trespassada por oblonga observação, e tudo que esvai-se ponto de fuga, emerge pois então afivelando cara quase convexa e maciez sombria em logo plana pregueada superfície - tíbio lápis-lazúli assoma. Não obstante, um olhar em abismo se resseca frente ao drapejar amplo e impenetrável desse tecido que não é aquém de janela alguma. E a exemplo das ínfimas cintilâncias muito acima, et pour cause, em torno a nada, assina