música calada ulisbo(r)n O fato de que, desde sempre, ser possível, mesmo que marginalmente, se constatar essas intromissões, ou esses ruídos do não-verbal marcando o corpo do literário consagrado pelo tempo, em nada desmerece ou diminui a novidade dos movimentos de vanguarda que, a partir da década de 1950, retomam, depois de alguns anos de interrupção, a bandeira do modernismo radical do início do século 20. Pois esses movimentos, a poesia concreta, o poema processo e o neo-concretismo, por exemplo, começaram a ampliar de maneira mais sistemática e crítica o campo de possibilidades do discurso eminentemente literário, incorporando à sua gramática elementos oriundos de outras linguagens.
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/