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Showing posts from 2013

aos vinte e sete

melhor levar ao comitê

Filme não / Ronald Augusto [guitarra e voz]  Já disfarcei a solidão  Um filme sim um filme não  Um musical triste e sem dor  O som e a fúria do ator  Pode escrever o que quiser  Se isto for lhe convencer  Pode escrever o que quiser  Se isto for lhe convencer  Se não me faço entender  Melhor levar ao comitê  Que espera o triste mediador  Disfarçado de bom entendedor  Pode escrever o que quiser  Se isto for lhe convencer  Pode escrever o que quiser  Se isto for lhe convencer   [baixo: rogério gil; bateria: cristiano ungrad; e guitarra: leandro theisen]

um poema de gervasio monchietti

tradução despretensiosa que fiz para um belo poema do gervasio el cielo cargado de la luna   los pájaros   el sol y una luz violeta   azulina   bailar   hacer gimnasia tomar agua   una junta para que el motor funcione y esté en condiciones   de escuchar la mañana y hacer desde el patio una casa   con mate y un poco de pan   recién salido fresco   como una lechuga * * * [o céu repleto da lua os pássaros o sol e uma luz violeta azulega dançar fazer ginástica tomar água uma junta para que o motor funcione e fique em condições de escutar a manhã e fazer desde o pátio uma casa com mate  e um pouco de pão recém saído fresco feito uma rúcula]

conversa com o roger lerina

Ronald Augusto apresenta composições próprias em show com entrada franca  /    No FestiPoa Revisitada e Sampleada Músico, letrista, poeta e ensaísta, integrante d´os poETs (com dois CDs lançados, além do recente DVD “os poETs ao vivo”), parceiro de Marcelo Delacroix, Ronald Augusto tem um universo musical amplo. Suas canções misturam do samba ao rock, do jongo ao jazz, do cinema à poesia. Prefere a alegria rude da música à fineza triste da literatura. Seu roqueiro preferido é Nelson Cavaquinho. O show apresenta só as composições musicais de Ronald Augusto, cujo repertório é marcado por uma diversidade de estilos contemporâneos a partir de sonoridades que privilegiam a dimensão elétrica. Recentemente, Ronald contribui com as letras de três das canções do CD “Xaxados e Perdidos”, vencedor do prêmio Açorianos de música, em parceria com Simone Rasslan e Alvaro RosaCosta. SHOW Ronald Augusto e banda QUANDO: 23 de outubro, quarta-feira, a partir das 20h

contra natura

NOTA DE REPÚDIO PELA AUSÊNCIA DE ESCRITORES NEGROS NA LISTA DOS 70 AUTORES BRASILEIROS FEITA PELO MINISTÉRIO DA CULTURA DO BRASIL PARA A FEIRA DE FRANKFURT 2013 O Coletivo Literário Ogum’s Toques Negros e os escritores negro-brasileiros subscritos vêm com esta nota repudiar a ausência de autores negros entre os selecionados para representarem a Literatura Brasileira na Feira de Frankfurt, edição 2013. Entre as diversas preocupações deste Coletivo Literário encontram-se a divulgação e o cultivo da memória dos artífices da literatura negro-brasileira, principalmente os que começam a publicar a partir dos anos 1970 e já ganham amplitude nacional e internacional na década seguinte. Além disso, visa contribuir com a possibilidade de que novos nomes possam emergir, a despeito das dificuldades colocadas não só pelo mercado editorial, mas, infelizmente, por cerceamentos oficiais como o denunciado aqui, já que a Feira alemã conta apenas com um escritor negro, Paulo Lins .

Eduardo Costley-white e o sentimento de Moçambique

Eduardo Costley-white Conheci o poeta Eduardo Costley-white em São Paulo, se não me engano no ano de 1987, durante o I Encontro Internacional de Escritores Negros , governo Franco Montoro. Graças a esse acontecimento que não nos entediou de modo nenhum, mantivemos um contato diário ao longo de quase uma semana levando a cabo uma divertida troca de ideias e de poemas. De imediato me identifiquei com Eduardo e com Marcelo Panguana (outro grande escritor moçambicano da delegação), principalmente pelo fato de sermos da mesma geração. Hoje vejo nisso a razão pela qual não encontrei a mesma satisfação no contato com a delegação angolana que, não obstante ser composta por alguns poetas importantes (Manuel Rui e Ruy Duarte de Carvalho, por exemplo), era formada, grosso modo, por um pessoal de uma geração uns vinte anos mais velha do que a nossa. Como normalmente acontece, depois de encontros entusiasmantes e cheios de expectativas, o repentino afastamento é engolido pelo contínuo da

por um rock menos ordinário

https://soundcloud.com/user5701768/forasteiro-2?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=facebook

cinco questões

Respostas ao amigo Roberto Amaral, em http://lemotjuste7.blogspot.com.br/2013/07/ronald-augusto-queima-roupa.html?spref=fb Ler? Duas coisas sobre essa questão: (1) ler é mais importante do que escrever; e (2) reler, do ponto de vista do escritor, é mais importante do que ler. Borges, Jorge Luis, é o grande exemplo dessa meia tese, isso porque o dom da cegueira progressiva contribuiu para que ele se dedicasse mais à releitura, espécie de rememoração, do que à leitura (que supõe o agora e o cumulativo). Se o prazer da leitura se extinguirá restando fora do alcance da vista, então melhor reter na memória imaginativa, por via da releitura, o que foi feito de melhor. Escrever? Subproduto da releitura. Repetir os mestres para aprender. Ser lido? Efetivar esse singular ato da comunicação poética. Reconhecer a vontade ou o desejo de linguagem do leitor. Admitir que as interpretações resultantes desse desejo são infinitamente mais importantes do que as que o esc

rasuras marginais à carne falsa

patrícia, a prosa nervosa de carne falsa . às vezes esse convite à colaboração do leitor. mas depois, caso esse mesmo leitor ninguém se recuse ao desafio, a autora dá-lhe um piparote. portanto, uma hostilidade enviesada na construção do texto, uns trancos inesperados, umas minúsculas emboscadas no logos da narrativa, uns cortes mallarmaicos que revelam espaços gráficos. os eles e elas , mesmo que mais ou menos prototípicos, se esfacelam em vaginas, sêmen, calcinha, gastrites, prédios acesos no escuro estelar, habitáculos do absurdo. e às vezes deparamos o epos resolvido numa linha que se rompe, de repente, contra a brancura da página, um respiro. esses contos de uma linha não merecem o nome de minicontos, são o acento átono, a pausa a contrapelo da redundância novelística, contra a qual patrícia investe. e o eu de sua prosa, a voz lírica, lúbrica, é mais a presentificação no solo duro da linguagem do solilóquio de um ego scriptor do que

meu barato

barato uma irritação, uma irradiação, essa hostilidade semiótica com o rame-rame de certa tradição poética aqui e alhures barato algarávico e putifar putanheiro de sereias ambíguas todos os iauaretês urram em sua poesia que extravaza, que exorbita fragrância de noigandres barato como bravata ao poema noioso a poesia não é mais suficiente o poeta não é mais um sufi ricardo manda à merda o ágio associado à hagiologia do poeta lágrimas no olho do peixe morto: “íris-náusea” barato viver de viver a poesia é uma espécie de miséria verdadeira “vida bosta” que ricardo pedrosa alves cospe que nem linguagem sobre os opúsculos líricos da produção dos iguais em imorredouros metros inumeráveis a poesia como prova dos nove vezes nada mas “poemas bons são porrada” quando habemus poemas bons sobre barato afivelo a máscara de baudelaire mestre (na acepção em que ezra pound o empregava) e digo, “através de”, o seguinte: no conjunto de poe