a espera dos mercados o mercado que se lanhe ao inferno com toda essa cerimônia sempre cheios de dedos com a usura uma cartilha de capa suja engordurada pelas mãos do adiposo burguês-níquel (mário de andrade) enquanto o grande líder se dobra segue o rito faz o périplo o beija-mão em vista do aceite do empresariado de rapina do especulador filho de uma égua o candidato como se se candidatara a um assento na abl governar com a anuência do mercado governar para o mercado o mercado é uma claque (em off a determinar vaias palmas e gargalhadas) governar com a legitimação de uma claque o grande líder de plantão o pai de todas as obras o mata-piolho o viável o possível para o momento diz ao mercado que não há motivo para preocupação
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/