1. realmente até então eu não havia lido o seu livro com a atenção que ele merece foi preciso dia vadio para eu me deter sobre ele dia que pegou chuva mais sol e as coisas que direi acerca do matiz de estação em realidade me deixarão no limiar do chato certame da crítica 2. o poema-programa que abre o livro dá margem à brincadeira entenda brincadeira como: relação sadia e ágil com a ventura dura da existência então fiz assim: ao verdadeiro convívio da palavra ao gosto ao finito aos traços aos fios aos trilhos 3. o crítico manja pouco de poesia o poeta é um puxa-saco do poema só o poema ele mesmo é que sabe como explicar-se ele mostra suas evidências e incomoda com suas inevidências por isso eu acho que os teus poemas me revelaram duas coisas preliminares importantes princípio de comunicação assim ó: “uma tarde roçando a margem dum mar interno” e: “compasso de tempo íntimo” pincel-princípio de comunicanção 4. o matiz de estação existe no signo e na encarnação sensual das coisas a enumer
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/