a folhagem estica um tentáculo prateado para fora da janela não é a de um prédio muito elevado sempre reluzentes bracelestes no passeio embrulhada timbrística bulha de metais diversos os harmônicos da fala ameaçam fender o espaço em dois (para divisar: a água recebe raio de luz e permanece unida) o tempo deita um rio à sua beira num sorvo só percebe-se que a matéria sorvida espirala-se ligeira no oco do tronco curva-se para não ofender toma o desvio primeiro e o seguinte água do tempo arrasta influente
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/