não há quem não
(e que pareça algo
imperecível e
prestável em terra
de bacharéis e
carreirismo a meia
porra) quem não
meta seus talheres
de prata em questão
tão cabelo carapinha
num esforço para recolher
iguarias acerca e
aquém da “problemática
do negro”
e dentre esses não
poucos emergem do
claustro sem o estimado
cum laude
mas boa parte em que pese
os serviços prestados
passa felizmente
em brancas nuvens
sonhando com os piores
assuntos que demandam
anos de estudo e
meditação
correm para mim
seus cuidados
como quem corre para a cruz
encravada
em terra de ninguém
porto alegre, 1997
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