o apreço pela ideia de contar o mito do nome e do signo, a efabulação da escolha, o nome e o signo em viagem transversal através dos tempos e das culturas. esses pensamentos, essas cogitações sem muito brilho, são mesmo convencionais; o passado é sempre intransferível, é uma nostalgia da experiência pessoal subjetiva que se presta a ser modificado ou suprimido em algumas de suas partes; estamos condenados a repetição de alguns modelos; uma flexão, uma dobra interpretativa, dessa maneira reinventamos, recriamos o nosso passado tornando-o sem fim. o contraste com o que se nos segue gera uma vertigem bem interessante, o trecho acima é o quase-signo de um artigo transcrito à decrepitude; à espera da secura e da precisão; relatório de danos e efeitos; veracidade jornalístico-surreal, mas em seguida surgem estes fragmentos abismais, estabelecendo a ruptura, escrita centrífuga, mas de quem fala à toa e de dentro .
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/