quero, musa, dever-te o favor de franquear a mim teu corpo escrito dentro de um envelope pardo (em branco o nome do remetente) assim meu ar de arconte reitero a cada cena que faço longe desses gestos de consolatrice com que me retificas o senso penso que talvez meu fraco (seja: o vinho do teu aroma) venha agora a calhar com toda força levando-me a versos de verdade
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/