MACAJUBA no zinco jovem (continuidade persistência) grasna o antigo granizo as bátegas de água do céu ferindo o chão de folhas secas coberto soam como o crepitar do fogo precipitado no empenho de devastar o mundo o mundo vigas empenadas ainda que inclinando a esgalhada cabeça verdoenga respeitosamente frontispício de ramos sem interruptores ainda que mudando sua doença em dança não logra o indulto a palma e nem uma pequena parte de sua margem oposta: um mundo adulto mais magro de homens menos doutores menos nomes elpenores raimundos momos sem fundo preguiçosas dobras de pele elefantina ( alfinetes de ouro como estímulo) * continuísta a incúmplice realidade em decupagem de lâmina objetiva marca a película de luz ainda cinza do ar a essa altura uma garoa e agora um friúme o firmamento repousa coeso a velha montanha masculina e o vale o primeiro círculo do firmamento * bosque de ex-outono clareira em ocre
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/