os microafetos transfigurados em poemas wladimir cazé e sua poesia de microshapes o exoesqueleto da métrica infusa no inseto áporo do verso jamais livre jamais abandonado ao capricho da mera rixa com o caro virtuosismo pós-cabralino e nem por isso a incúmplice desafeição ao ácaro dos ritmos inumeráveis da memória oral mas os decassílabos esdrúxulos [ao menos entendedor: em esdrúxulas ] onde perseveram traças tracejados de percevejos em troças severas toda sorte de sórdidos animaizinhos dos cantos encardidos atrás de cômodas sob camadas de pó de pele velha enquanto os mais titãs ao longe de viés cuidando caterva geração ícaros jandaia e migração tudo à contrapelo dessa fauna miúda em faina muda com quem concerta cazé
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/