um no inverno, dois no verão Valeu a pena esperar, Mergulhado na sombra quase gélida, Até ver o sol outra vez aparecer, caindo, Nesse espaço entre a copa e O horizonte mal delineado, Com sua chama exausta. Em boa hora. * sexta-feira entrei nas águas de gamboa com minhas guias uma rubro-negra, de exu a outra de oxalá, guia branca do dono do pano branco então veio uma onda, era uma vez, que levou engolindo a guia de exu o que desamarra os caminhos mas não esses fluctissonantes da alvura praieira de oxalá * gamboa, passada a hora do almoço um sol de acácias o pestanejar do arvoredo arranha em vão o bafo da tarde à distância cicia a brancura do mar
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/