conversa com um despachante não vale mais reiterar que o brasil é um país jovem que nossa democracia ainda se apresenta frágil porque nossa história é recente e periférica e infante e o que mais você quiser enfiar no escopo comparada às velhas democracias a nossa seria adolescente (o discurso dos patriotas grisalhos) não vale mais insistir nessa coisa, infanção o brasil é um país ultrapassado envelheceu a contrapelo dessa juventude de fachada festejada como um traço essencial do gênio da nação o brasil não envelheceu agora com o golpe, não sua velhice chegou já há algum tempo e chegou arrastando os predicados de sempre levando à esquerda e à direita a resignação a retórica o acordo a negociação a teimosia a autoridade a estabilidade o medo o frio a formalidade o controle o brasil envelheceu socialmente envelheceu politicamente o velho golpista e seu governo formam a imagem perfeita dessa condição l
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista do site Sul21 https://www.sul21.com.br/editoria/colunas/ronald-augusto/