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Showing posts from May, 2008

achegas antes da solenidade de posse, No assoalho duro (2007)

em todos os teus dias ninguém fará sobre nossa terra senão o que tu mentalizares toma do meu coração algum tanto que sejas esforçado e soca o olho ao tapa-olho topando com carreirista: taipa e farpa mais não pedirá gran colpe con teu tragazeite se por des ventura um mocambo de poetas negros afirmando que deuses têm nariz chato e pêlo duro parte para o tapa (a chibata já não soa bem no concerto das nações) e nunca para a rapa cotovelada nas costelas saúda pelo estabelecimento a cerimoniosa mulher pública não consintas em nenhuma guisa que os teus sejam soberbos nem atrevudos mudo chuta-lhes o baco frasco apenas concha no lado da orelha haverás o papa e as gentes unhaecarnebranca dá-lhes siempre sus soldadas bien paradas pontapés joelhadas sem joelheira punhadas pois eles (veja-os de joelhos) sem tais cuidados perderiam o siso e quando tocassem no teu nome só diriam injúrias à base de tortuosa linguagem

leitura viva

A leitura equívoca; a leitura à revelia das boas ou más intenções do autor; a leitura que “está andando”, que manda o autor passear; a leitura feita em decúbito dorsal ou ventral; a leitura que se faz na rede, pênsil entre uma árvore e outra, que se faz no ônibus, no metrô; a leitura que se faz (se desfaz) quando não se tem um tostão no bolso, quando se padece de uma afecção respiratória; a leitura que se faz quando se está às turras com a patroa ou de bem com o seu bem, etc, etc, etc.

para quem não esteve no mafuá

fotos: jane machado Numa época em que a prática da autopromoção faculta a muito poeta de segunda categoria um lugar de destaque no florilégio medíocre das letras “locais” (Porto Alegre, São Paulo, Florianópolis, Bahia, a escolher...), o silêncio vil e incivil em torno do nome de Oliveira Silveira - sem esquecer que para isso contribui a sua orgulhosa e solitária modéstia - pode ser interpretado como um sinal de distinção. Em resumo: quem não leu ainda a poesia de Oliveira, seja por imperícia, seja por má-fé, que não atrapalhe, por favor. 2 poemas de Oliveira Silveira OBRIGADO, MINHA TERRA Obrigado rios de São Pedro pelo peso da água em meu remo. Feitorias do linho-cânhamo obrigado pelos lanhos. Obrigado loiro trigo pelo contraste comigo. Obrigado lavoura pelas vergas no meu couro. Obrigado charqueadas por minhas feridas salgadas. Te agradeço Rio Grande o doce e o amargo pelos quais te fiz meu pago e as fronteiras fraternas por onde busquei outras terras. Agradeço teu pes

segundo mafuá

PALAVRARIA – LIVRARIA-CAFÉ CONVIDA PARA MAFUÁ DE MALUNGO: Bate-papo entre Oliveira Silveira e Ronald Augusto 14 de maio de 2008, quarta-feira, das 19h às 21h Na Palavraria – Livraria-Café Neste segundo Mafuá de Malungo vamos fruir a gestalt severa e exata da poesia de Oliveira Silveira, sua brevidade grave e algo epigramática - considerada se quisermos a partir da perspectiva que reconhece a vertente negra na literatura brasileira. Sua obra é emblema de ceticismo tanto em relação à ética do homem branco, quanto ao viés estético referendado pelo meio literário, representação especular, mas com suas particularidades, dos conflitos étnicos e sociais presentes sob o arco ideológico. Oliveira Silveira (1941), graduado em Letras - Português e Francês com as respectivas Literaturas - pela UFRGS, é poeta, ensaísta, músico e ativista do Movimento Negro. Estudou a data e sugeriu a evocação do 20 de Novembro, lançada e implantada no Brasil pelo Grupo Palmares, a contar de 1971. Em poesia publicou

de muda