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Showing posts from May, 2012

festival de arte negra

http://www.fanbh.com.br/ Quando o mundo branco se põe a fazer elogios desmedidos a respeito do trabalho ou da personalidade de um negro, sempre me preparo para o pior. Por favor, não me venham falar em baixa estima, que estou na defensiva e tudo mais. O furo aqui é bem mais embaixo. Segundo Friedrich Nietzsche “o comentário demasiadamente elogioso produz mais indiscrições que a censura”. As louvações, neste caso, têm fundo culposo ; se efetivam sem que possamos lhes prever as conseqüências. Desvelam a imprudente face do preconceito. Para compensar toda uma série de episódios aniquiladores do ânimo de muitas personalidades negras fundamentais para a nossa cultura, o senso comum carrega nas tintas da apologia purgativa sobre aqueles que parecem ter vivido vidas que poderiam ter sido, mas que não foram. Parodiando o adágio relativo à vingança, pode-se dizer que tal espécie de elogio é um prato que se oferece frio ao seu maior interessado. Por essa razão, Cruz e Sousa é o Dante

3 em arroio grande

arroio frio à primeira hora da tarde após o almoço consanguineo ( arroz abóbora cerveja) exsurgidos de madrugada esbranquiçada (espólio de cobertas) arroio arrabalde casario liliputiano sob o desbaste do tempo não obstante vozes-pipilar e pelotas de meninos chutadas contra a parede do vizinho da frente arroio sem porvenir passado à régua de madeira réstia de canseira de meados do século passado arroio com quem reparto o extrato mimoso de minha abissínia arroio grande, 28 de abril de 2012 desarrumado comigo mais essa feita o mesmo inimigo  ego  (egum)  scriptor empregando forças velhacas formas em velhusca tristura (ainda mancebamente aquilina) na escuma no charque de mim orim nem raro nem claro isóscele orim ruim cujas narinas já farejam gracejam as ruínas do orum orim surdo insúdito à arenga horaciana toupeira rente à tópica latina invitação ao vinho à viagem à socapa do mapa da parolagem *