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amaralina e um poema de salvador

acrílica sobre tela, rosa marques, 2004


mar marrom na beira onde
as presas da espuma fria

o velho sapo senil encasulado em linho
ou todo de branco
escoltado por um par de nixes
sararás
até a entrada do maximbombo

uma delas esconde
um sestroso sorriso
risinho sob a gola da camiseta azul
os olhos um passo a frente
dizem o que não os lábios

a outra torce o beiço
contrariada por estar às ordens
de um velho excêntrico e tão limpo e infenso
à nódoas de lama sórdida
num dia chuvoso
como esse

(ronald augusto)

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