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Para as cinco ou seis pessoas que me leem




O mais perto que cheguei de B., foi na oportunidade de entrega do Prêmio Novidade Literária de 1800 e alguma coisa, em solenidade num hotel luxuoso nas imediaçãos da zona rurbana da cidade, se não me engano. Um conto meu fora escolhido como um dos destaques do mês. O concurso durava acho que um ano inteiro premiando e destacando dúzias de escritores, e esse conto acabou por fazer parte da antologia do concurso em que B. era um dos jurados.
Lembro de ter pedido à minha mãe, que me acompanhava, para arrancar um autógrafo a B. (feito um menino vaidoso, ficara envergonhado de solicitar-lhe diretamente). Com a antologia do concurso nas mãos lá se foi a senhora, orgulhosa, em direção ao mestre. De longe, vi quando minha mãe se aproximou dizendo alguma coisa; em seguida ele tomou o livro de suas mãos e escreveu a dedicatória. Não tenho mais esta obra. E, a bem da verdade, quem me jogou para a prosa nem mesmo foi B., aliás, embora reconhecendo sua grandeza, sempre me senti melhor apartado dela.
A maior intimidade com artistas menores acaba por facilitar a carreira do iniciante. Eles não são ásperos nem intratáveis como o cacto do conhecido poema. Com relação a B. era mais prudente ficar amigo de longe; amigos de laços estreitos seriam como aquele penedo contíguo ao mar (como consta na anedota do rei africano), que batia nele com inclemência. Minha formação transcorreu assim: enfraquecia da alegria de ler autores inferiores ou iguais a mim com a mágoa de não saber como rivalizar com B., e, por outro lado, convalescia da tristeza de jamais superá-lo convivendo com a felicidade de ter diluidores como confrades incapazes de me pôr em xeque.

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