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Showing posts from 2010

Vingar-se do letrado

quero, musa, dever-te o favor de franquear a mim teu corpo escrito dentro de um envelope pardo (em branco o nome do remetente) assim meu ar de arconte reitero a cada cena que faço longe desses gestos de consolatrice com que me retificas o senso penso que talvez meu fraco (seja: o vinho do teu aroma) venha agora a calhar com toda força levando-me a versos de verdade

sibila já volta

Sibila voltará a ser atualizada em 16 de janeiro de 2011. Confira o menu de autores (lista de autores), preparado para facilitar a navegação na revista. Click here and check out the list of Sibila’s Authors

à ipásia que o espera

nem a grande porém ciumenta amiga nem a mãe extremosa nem salteadores emboscados obstarão o precipitar-se do enamorado na direção daquela que é a razão dos seus cuidados: oito horas e meia de viagem dentro de ônibus em noturna via sem conseguir esboçar pose ajustada à vinda do sono onde deparar maior vassalagem? mas a paga após todo transe (rapadura de cereais cobertor curto e-mails) vivido nesta morte de aquém-núpcias será a carnação do seu sorriso vertendo revérberos de vinho na ânfora dos meus beiços

desejo de interpretação

Oficinas de criação poética direcionadas ao público interessado em aperfeiçoar seu processo de construção do texto ou do poema. As oficinas ministradas pelo poeta Ronald Augusto abordam conceitos e apresentam propostas para aumentar o repertório e o desempenho da escrita criativa. Em seus objetivos gerais as oficinas pretendem: Reforçar o valor da literatura como forma de ampliar a subjetividade do indivíduo — objetivo por si só pertinente, haja vista o panorama sóciocultural cada vez menos voltado ao pensamento. Divulgar a riqueza da produção literária brasileira. Estimular a produção de textos e poemas no sentido de acréscimo criativo (qualitativo) à nossa tradição literária. E em seus objetivos específicos: Identificar no interior do poema (ou do texto) os elementos da função poética da linguagem. Ler, na obra literária, o que está de fato escrito desde um ponto de vista de forma-e-fundo, e não aquilo que gostaríamos que estivesse escrito. Trabalhar elementos como sonorida

leitura de um breve poema

foto: roberto schmitt-prym Boda / mirta villas boas ferrari Um riso fugindo da boca O olhar que se demora Dois em um, Agora. Sequência métrica 1 2 3 4 5 6 7 8 Um/ ri /so/fu/ gin /do/da/ bo /ca 1 2 3 4 5 6 7 O/o/lhar/que/se/de/ mo /ra 1 2 3 Dois/em/ um , 1 2 A/ go /ra. Sequência de assonâncias b O d A U m r I s O f U g I nd O da b O c A [umriso/fugindo: assonância interna e rimas toantes] O Olhar que se DemOrA DOis em Um, AgOrA. Em termos icônicos a palavra “boda” já abriga a parelha, o casal, isto é: bOdA, as vogais “o” (ele) e “a” (ela). No mesmo sentido, e com a mesma liberdade, podemos ler a persistência anagramática do vocábulo “amor” no interior do substantivo “deMORA”. Mirta dissimula um poema (ou seja, uma coesão de form

Diálogo entre dois homens velhos e inteligentes

foto: rogério gil desenho de raul pompéia Aires A opção pelo verso livre só se justifica quando o que está em jogo é a conquista de um conceito extremamente original e conciso, compreende? Aguiar É de supor que haja uma necessária dose de prosa no resultado desse “conceito” em verso-livre, mas que, no entanto, não soe como obra de um “redator publicitário em férias” e vagamente interessado em poesia. Aires Defendo o verso com ritmo e rima final e/ou interna em todos os outros casos, cuidando, porém, para que o poema seja um organismo com vida própria, que não dependa, portanto, de uma ou outra interpretação. Aguiar Aires, meu velho, o poema não depende de nenhuma interpretação. Além disso, é da natureza do poema sugerir uma série infinita delas (de interpretações) que se anulam num ponto de fuga, do contrário não seria obra de arte, nem poema. E se o poema é um “organismo com vida própria”, quem poderá obrigá-lo a ostentar rimas, ritmos institucionalizados e orna

roberto schmitt-prym cenas vertiginosas

o pornógrafo alusivo cli- vagens voraginosas o olho-verga do fotógrafo ver de vergasta contra vergonhas involucradas consigo mesmas (maestrinas masturbatórias) mais saradas do que saradinhas (como consta na carta de caminha) pornografemas ronronar e gozo e logo o malogro do gozo senos tronchados (octavio paz dixit ) contra-plongè o ômega da boca num delinear de felatio racimos de velos arabesco em velossístole de medusa ruiva mas o inopinado pente que revem é mais embaixo dor cheia de dedos ardil priápicoapetitoso tamborilar linguodental carnação em pasta polpa de nata (o pescoço de alabastro de leda enquanto zeus doloso pescoço grosso de cisne-signo a empala) bestialógico de musas pálidas capitosas 22.10.2010

a pintura ficta de lou borghetti

Ludopedia para Lou Borghetti ronald augusto 1. emurchece o pregueado vaginal da flor e vem transparência encardida amarrotada tenro ferrolho de perpétulas a membrana se retorce papiro preenchido com caprichosa neografia in absentia carta parda levada à flama 2. rerum rasura sua usura ferruginosa ferrugináusea ferruginácea essa quase linguagem que se projeta suja sobre a sinédoque de um casco feito deriva semântica pau férreo em grito michel- angelo isto é à boca clusa 3. irrepouso pintura ficta (como se) e o close reading de cada fotodissecação eloquente hipossigno signatum (a parcela inteligível) que se resolve que se ensolara em eclipse 4. ermo vermelho o que surtirá desse desabrolho? um navio que vaza a tripa

diálogo com miriam tolpolar

exangue sobrenada exsurge cardiografema expulso mar sempre recomeçado [resumo: a miriam aplicou uma imagem na prancha e me convidou para escrever um breve texto, mas que não fosse mera legenda. então tentei essa tradução verbal para o não verbal que ela me apresentara]

manuscrito para queneauth

sen pavor ni favor y ben andante nom falei ren pero que falecido de sen me fosse permitido mui passo a paso a pas pisar chão frolido de fácil y fóssil paleografia empero posfaçador maltreito y quitado de mesuras só en ment'avia án der schreibmaschine sitzen und blättern mia neografia trobar ric de obá clus scriptio defectiva poethik polyglott wit de paroles en équilibre instable u le papier (le blanc ) intervient feito eidos 13.11.2005

não é sempre

safo o desejo pelo signans tua língua pétala em chamas breve sagita (empala-palato) que a minha por sua vez cogita áspide melífera aspereza libada com saliva amorável

texto em andamento

by abissínia (...) Uma poesia que se tem beneficiado mais de aspectos exteriores ao próprio poema, o que, aliás, reflete uma espécie de preferência nacional contemporânea no que respeita ao gênero, que pretende farejar em suas roupas de baixo, aspectos, por assim dizer, mais curiosos. Com efeito, situações de significação antes secundária, tais como, se o poeta é dublê de xamã, se é gay, se é suicida, se representa a poesia afro-brasileira, se vive socado no pantanal, se é da periferia, se foi abusado na infância, se o uso de drogas o fez perambular pelas estradas tornando-o uma espécie de monge, se a iluminação súbita do haicai o converteu ao zen-budismo, enfim, todos esses elementos de catalogação que compareciam sempre após a vírgula, justificam e tornam pertinente a maior parte da poesia aceita hoje. Não basta procurar e reconhecer o bom poeta, tornou-se imperativo que ele(a) diga coisas contundentes desde o lugar de sua diferença social, sexual e antropológica.

à viva voz

cursos para o segundo semestre

Oficina/Curso de Criação Poética – A precisão do impreciso Com Ronald Augusto A partir de 06 de setembro de 2010 Na Palavraria Segundo semestre de 2010 Oficina/Curso de Criação Poética INSCRIÇÕES ABERTAS Sempre às segundas e terças. A partir de 06 de setembro de 2010 Terças: Turma da tarde das 16h às 18h Segundas: Turma noite* das 19h às 21h (*) Processo seletivo a partir de textos próprios enviados pelos interessados. Duração: 3 meses (12 encontros) Custo/investimento: 500,00 à vista, ou em duas vezes de 275,00, ou, ainda, em três vezes de 185,00. Informações/inscrições com Ronald Augusto telefones 9948 0569 e 3336 2969 ou pelos emails dacostara@hotmail.com e ronaldaugustoc@yahoo.com.br . Oficina/Curso de Criação Poética – A Precisão do Impreciso Oficina/curso de literatura – teoria e prática da poesia. A partir de idéia de que a poesia é uma permanente conquista, uma imprecisão que requer uma forma capaz de controlar a vertigem de linguagem que a caracteriza, a oficina trabalha

oficina de inverno

ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA A Oficina de inverno: Criação poética viva Com Ronald Augusto Às segundas-feiras, dias 02, 16, 23 e 30 de agosto de 2010 – Duas turmas: T1: das 16 às 18h T2: das 19 às 21h Na Palavraria INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Com RONALD AUGUSTO: dacostara@hotmail.com e NA PALAVRARIA: 3268 4260 / palavraria@palavraria.com.br Investimento: R$ 200,00 (à vista) pelos 4 encontros ou R$ 240,00 em 2x de R$ 120,00 Oficina de criação poética direcionada ao público interessado em aperfeiçoar seu processo de construção do texto ou do poema. A oficina ministrada pelo poeta Ronald Augusto proporá exercícios de composição textual, abordará conceitos e apresentará insumos para aumentar o repertório e o desempenho da escrita criativa. Em seus objetivos gerais a oficina pretende: Reforçar o valor da literatura como forma de ampliar a subjetividade do indivíduo — objetivo por si só pertinente, haja vista o panorama sóciocultural cada vez menos voltado ao pensamento. Divulgar a

fatura de dois encontros

sexta-feira comentário sobre minha crítica aos textos cópias ao menos para o profi. exercícios: as 3 formas de carregar a linguagem no pão de açúcar de cada dia/ dai-nos senhor/ a poesia de cada dia textos/leitura-comentário/antologia ...lutar com as palavras... até a crônica do machado (soneto incompleto, cap. LV, pág. 105) trechos dos 4 filmes representando 4 conceitos sobre a analogia pinturas a partir das quais se fará um exercício sábado leitura do exercício de sexta voltar ao machado de assis livro/aula do antonio candido (pág. 22) dom casmurro, págs. 5, 6, 7 e 8; ópera, pág. 18. ritmo prosa/poesia o que é comunicação poética: binário, ternário, etc. dividir em grupos escrever um texto a muitas mãos e passar para o grupo ao lado para a correção leva com poemas e textos, leitura-comentário o poema bissexto do gilberto freyre