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Showing posts from 2011

ritmo ternário ascendente: alexandrinos

poema do livro No assoalho duro (2007)

mestre tanoeiro trompete encapsulado em estojo luxuoso a espera na tocaia desse um que se vanglorie se inscreva a executá-lo e a quem possa solapar a paciência esgarçar-lhe os nervos atrapalhar seus dedos e beiços mostrando-se tão singelo inofensivo com aquelas três teclas apenas dizzie dixit éramos ervilhas da mesma vagem bird e eu o trompetista ao contrário do que pensam os críticos e as mademoiselles da alta sociedade toca com uma força que provém não do diafragma mas sim do cu recolha de fraseados revolvidos em sua boca a gordura compacta do corpo encaixada na poltrona e registra e charla o dizzie outras anedoutas cogitações ao entrevistador priápico o trompete corno copa exalando timbres sapo-boi foi-não-foi sapo-pipa de papudas bochechas na cheia infladas parpadeantes fingida cara de bunda de face de flanco

Traducido al español/castellano

Poema de número 7 de "No assoalho duro". Traducido al español/castellano por Adriandos Delima. http://partidodoritmo.blogspot.com/2011/10/poema-de-numero-7-de-no-assoalho-duro.html?spref=fb mar marrom na beira onde as presas da espuma fria o velho sapo senil encasulado em linho ou todo de branco escoltado por um par de nixes sararás até a entrada do maximbombo uma delas esconde um sestroso sorriso risinho sob a gola da camiseta azul os olhos um passo a frente dizem o que não os lábios a outra torce o beiço contrariada por estar às ordens de um velho excêntrico e tão limpo e infenso à nódoas de lama sórdida num dia chuvoso como esse ↓↓↓ trans↓↓↓ mar marrón a la vera adonde las presas de espuma fría el viejo sapo senil encapullado de lino o todo en blanco escoltado por un par de nixes catiras hasta la entrada del machimbombo ¹

oficina: nova oportunidade

Palavraria – Livraria-Café informa: Abertas as inscrições para a segunda etapa do Curso/oficina de prosa: primeiro percurso Espaço de criação, interlocução e troca de experiências entre escritores iniciantes e/ou em formação, sob a mediação e orientação do poeta, escritor e crítico Ronald Augusto, para a construção compartilhada de textos em prosa. PARA QUÊ: Buscar crescimento coletivo como prosadores, através de leitura, análise, debate, exercício e produção de textos. COMO: Um pequeno grupo ( entre 05 e no máximo 10 pessoas ) conversa, troca informações, análises, descobertas, preferências; cada participante lê seus textos, sugere e ouve, acata, refuta, busca alternativas; faz exercícios propostos pelo orientador e cria outros; reflete sobre sua própria criação e a dos colegas; cria contos e/ou textos em prosa de estrutura mais aberta, a partir de temas dados e formas de linguagem. QUANDO: Durante 12 encontros , início 03 de outubro de 2011. Às segundas-feiras – das

assemblage, quase

http://www.afrohispanicreview.com/2011/08/vol-29-number-2-fall-2010.html

tanto não fez

todo prosa

mais informações sobre a oficina em: Coordenação do Livro e Literatura Av. Erico Verissimo, 307. Menino Deus. Porto Alegre - RS. CEP: 90160-181 Telefones: Coordenação do Livro e Literatura: (51) 3289 8072 Editora da Cidade: (51) 3289 8074 Biblioteca Municipal Josué Guimarães: (51) 3289 8078 E-mails: Coordenação do Livro e Literatura: cll@smc.prefpoa.com.br Biblioteca Municipal Josué Guimarães: bibliot@smc.prefpoa.com.br

que cansa, estafa

tramonta o artifício da eternidade no plágio lacustre o eriçar dos juncos o pai rendeu loas a iago o abade a mãe resiste coberta de fungos o crocitar do bosque turva o vento em árdua razão a palma se alonga quase lanha o friúme do sereno enquanto a azenha a pilar toda ôntica à beira da várzea múrmuro anuro arredado da própria circunstância ele se excede no que é sem augúrio e assoma ao extremo da sua lâmina

quintana

Li muito Mario Quintana. Mas, há décadas, sua linguagem deixou de me interessar. Quintana é um bom poeta, no entanto carece de nervos . Tensões de linguagem. Muitos críticos e professores de letras dizem que ele foi revolucionário por ter estreado com um livro de sonetos justo no momento em que o verso livre modernista se convertia rapidamente em cânone. Isto é, para essa recepção, Quintana reforça, de certa forma, com sua escolha inicial, a tese do gaúcho como um ser “do-contra”, que não aceita as “imposturas” vindas do centro do país. Ele mesmo gostava de se vangloriar disso sempre que era questionado a respeito; dava corda à anedota. Ora, isso me parece um falso problema, uma contrafação. Primeiro porque a famosa coletânea de sonetos é, talvez, o que Mario tinha de melhor para publicar à época. E, segundo, porque atribuir a essa estreia acanhada um tom de manifesto crítico é um despropósito. Além do mais, o que se comprova a seguir, na obra de Mario Quintana, é uma adesão quase

Treino com os portões abertos

O futebol é uma forma de arte? Não me refiro aqui ao lugar-comum controverso do “futebol-arte”; Pelé não era um “bailarino”, mas sim o grande designer da linguagem. A pergunta pode parecer um tanto estapafúrdia, mas se observarmos o panorama da arte contemporânea chegaremos à conclusão de que esta é uma ilusão possível. No belo filme Nós que aqui estamos por vós esperamos de Marcelo Masagão, há uma sequência onde a operação de edição do filme justapõe Fred Astaire e Garrincha dançando ao som da mesma melodia. Coreógrafos, ambos desenhavam movimentos. A música popular moderna e contemporânea, num certo sentido, é uma invenção da televisão. Um amigo meu, temeroso da violência nos estádios, disse que o payperview é a solução, que ele consegue ver tudo em detalhes, e que “se sente dentro do estádio”. Mas a televisão, na presunção realista de arremessar a partida de futebol para o meio da sala do caro telespectador, acaba por cortá-la em mil fragmentos que jamais se unirão. Não sei se o

fragmento e esboço de aula

O fragmento no interior da colagem: um discurso constituído de sobras, aparas, restos. Esses signos são ressemantizados em uma nova perspectiva de sentido que é a colegam enquanto obra de arte, linguagem. A partir de alguns elementos provenientes das vanguardas do início do século 20, pode-se enumerar traços da estética do fragmento: a) sintaxe despojada; b) uma prática de cortes indiferente às questões de métricas; c) pontuação livre; d) imaginação sem fios (a relação entre as partes/seções do poema não são explícitas ou evidentes); e) a dimensão espacial/visual na consideração e na composição do poema. O poeta do fragmento se entrega à deriva das próprias imaginações num apetite quase oriental no que toca à maneira de compor o poema, ou seja, no fragmento importa mais o vazio, a lacuna, o intervalo, em última palavra, há o investimento na relação equívoca entre as partes do poema. “A arte e a poesia Zen criam envolvimento por meio do intervalo , não pela conexão (...) O espec

a poética do estranhamento e a afro-brasilidade na produção de Ronald Augusto

por Zélia Maria de N. Neves Vaz (UFMG) A obra poética de Ronald Augusto submetida a uma leitura atenta, impressiona pelo intenso exercício com a linguagem. O poeta joga com as palavras, que trabalhadas em seus muitos sentidos, transportam vida, história e forte personalidade. Seus textos prezam pelo tom hermético, exigindo do leitor um olhar sutil e rigorosamente cuidadoso na busca pela interpretação. Alguns trazem características concretas e visuais, herança do movimento que se iniciou em 1950 e que teve como precursores os irmãos Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari. Embora este modelo poético se caracterize pela objetividade e pelo discurso direto, no viés dos textos de Ronald Augusto nem sempre esta marca se manifesta. Sua forma de comunicar não é óbvia e buscar a “mensagem” que o poeta objetiva transmitir é tarefa que exige inúmeras releituras. Neste sentido, torna-se relevante apontar para a opinião do próprio autor, encontrada em seu blog , acerca da comunicação poétic