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a 4 mãos








poemas a 4 mãos
denise freitas e ronald augusto





nervura do sossego
onde engasto o desejo háptico
se de-fenda enrodilhada
cada retrocesso me força à ganâncias
em retardo
sugiro ainda sutileza –
por inusitado que se perca – que
gire sobre si mesma num acinte
inessencial a sua hilaridade



*



a ver no escuro símile de
odiosa deia de bolso
resto sobre nova possibilidade


de toda sorte
sobrenada ao modo de recusa
aresta para quase outro recurso
sem farto proveito do contorno


*


fibrilações na extremidade da
rama rasgo à margem do alvo
discurso

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