Skip to main content

Posts

Showing posts from 2007

do livro PUYA, 1987

(marlon, eu e o ronaldo em montenegro (rs), no overdoze ) ao caroço em energúmeno por menos que soe negro doña) até súlfur do fosso da escura (sol

diálogos

diálogos com a literatura brasileira vol. II de marco vasques (floripa), lançado há pouco, numa co-edição ed. da ufsc e ed. movimento, enfeixa entrevistas com 14 escritores (péricles prade, sergio faraco, rodrigo garcia lopes e wilson bueno, entre outros) e poetas de um "sul no centro de outro brasil", como escreve dennis radünz em prefácio à obra. para silviano santiago, o poeta doublé de jornalista, marco vasques, "nas entrevistas, pergunta para obter dos companheiros de letras respostas que servem de portal de entrada na obra alheia", assim o leitor-fruidor pode conhecer melhor"os intrincados e misteriosos caminhos que percorre a criação literária". publico,aqui, trecho da entrevista que concedi ao poeta marco vasques. Você ministra oficinas e exerce crítica de poesia. Qual o maior desafio que um poeta tem que enfrentar ao optar pela poesia? Se é verdade, como escreve Maiakóvski, que a poesia é toda uma viagem ao desconhec

em santos lançando a Éblis na livraria Realejo

eu, paulo de toledo e ronaldo machado no lançamento (26 de outubro) de 51 mendicantos , livro de poemas do poeta de santos, torcedor do quase rebaixado corinthians.

pra suportar sp só com 51 mendicantos

estaremos lá, eu e o ronaldo machado , comemorando o livro de estréia de paulo de toledo. com a publicação do terceiro volume da coleção poesia da editora éblis, persistimos no foco da nossa proposta, que é pôr em circulação a poesia que não se contente com a corriqueira satisfação da moeda literária vigente, que tomba, ora com a cara cult, ora com a coroa provinciana. a editora pretende jogar sobre a mesa uma outra moeda, revendo assim a economia poética contemporânea a partir de outros valores. não estamos fazendo uma aposta publicando a poesia de paulo de toledo; apresentamos ao leitor uma linguagem com a qual temos "afinidades eletivas".

+ um poema do meu livro Vá de Valha (1992)

acrílica sobre tela (detalhe) de rosa marques www.verbavisual.blogspot.com pedra o quadril uva o veio poema a moenda usança o zuluso musseque a favela bessangana o moleque

teatrofantasma

foto: Daniela Montano ENTREVISTA CONCEDIDA A MARCELO ARIEL em www.teatrofantasma.blogspot.com , julho de 2007 1) Qual seria a função social do escritor em uma sociedade desigual e injusta como a do Brasil, com milhões de analfabetos reais e funcionais? Existe uma função social da literatura? Em que pese Ezra Pound, um dos poetas de minha predileção, sustentar que cabe ao poeta a responsabilidade de manter a sanidade e a eficiência da língua-linguagem, sob pena de a cultura de uma nação decair, tudo isso me parece excessivamente utópico e romântico. O poeta age sobre a linguagem, isto é, trabalha-a de modo subversivo ou inventivo (ou pelo menos deveria). Isso quer dizer que muitas vezes a verdadeira obra poética (porque transgride a norma) não esclarece coisa nenhuma, pelo contrário, não raro nos leva a um beco sem saída. Por outro lado, o filósofo Wittgenstein já disse que os limites ou os contornos do mundo são determinados pelos limites da nossa linguagem. Assim, se se quiser mesmo

a terceira das 4 "quadras de destrinça", do livro Homem ao Rubro, 1983

arrumo nos lundus mais lentos as duras descobertas que fiz as iluminuras de dor que por tudo calculei quem sabe nem tanto tomara proveitosa agave tão sem meias setas e certa e exausta salvam-se as negras de tudo que fausta

notas de leitura: No assoalho duro. editora Éblis, 2007

por Ronaldo Machado ( http://www.solecismos.zip.net/ ) O título do livro de Ronald Augusto é catafórico da poética que o sustenta: uma escrita vigorosa, severa, dura e mesmo ríspida na sua função poética, no seu constitutivo estético. Leia-se esta aspereza na perspectiva de sua produtividade textual, na sua potência de invenção e intervenção sobre a linguagem. E, justamente ai, é que se encontra toda a expertise do poeta. No assoalho duro é um livro onde a escritura se faz entre corrosiva e escarificante do senso-comum poético. Um conjunto - um assoalho xadrez - de 18 poemas fricativos, escritos entre 1988 e 2006, dão volume ao magro livro. “jejum ergo coroa destronante/ jejum disse jesucristo enquanto/ levava à testa renhidos picos// cesto vazio seco sem o pão ázimo/ nem azia nem pedrarias beco/ básico câmara contraespiã// movediça e especular/ desdobrando braços no mais íntimo/ do palácio elísio de kublai khan” ( p.5) Como a filosofia de Nietzsche, do qual Ronald é insistente le

a coleção completa

Frames da poesia contemporânea 1 Não obstante ser um bom livro falta-lhe coesão. Um conjunto de poemas esforçados. O autor tenta forjar uma coesão, mas da seguinte maneira: todos os poemas se compõem, a rigor, de duas estrofes, uma cuja extensão é variável (pode ter de 10 a 20 versos, mais ou menos), e outra “estrofe” que é um verso derradeiro isolado. É claro que isso não constitui um fio condutor, sequer uma “linha” condutora. Parece mais um formalismo sem função. Referências intertextuais. Diálogo culto com criadores de outras artes. Normalidade irritante. 2 O autor se vale do verso metrificado com senso contemporâneo, isto é, utiliza-o numa perspectiva irônica, às vezes sarcástica. No entanto, a opção pela tonalidade farsesca com relação ao modelo consagrado do verso medido, em certas ocasiões, acaba por se esgotar em si mesma. Mas mesmo aí, o autor se mostra, com freqüência, muito esperto. A leitura ou a releitura do recurso ao metrônomo não está condenada, desde um ponto d

tradução para uma nota de pé de página do don quijote e poema

em culturas com uma alfabetização insuficiente, a escritura representava ou ainda representa um indício de veracidade: o simples fato de constar por escrito parecia garantir por si só a realidade (o verismo) de uma notícia ou de um relato. (...) a categoria moderna da “ficção”, se constitui como um tipo de linguagem que não é nem “verdade” nem “mentira”, senão que tem um estatuto próprio (...) & mnemônica para josé correia leite aqui jaz jacinta e logo sem pestanejar foco de Ra vicente ferreira que vive de suas paraulas parávoas azinhavradas espadamachado faz rosnante de sentido e som muito barulho para que todos tenham em mente e mesmo em mira antes a mulher negra que fora jacinta (teve época cidade e ruas que iluminava) do que a múmia forra e sem paradeiro dos últimos dias

poema do meu livro Puya (1987)

nisso um tal qualquer que nem taludo é põe-se apontado pra ala rica em pretas desembainhada em abanos das baianas ondinas rameiras contra fifós donas e espreitando fica e depois confere uma nota à toa aos seus giros e gorjeitos lavrados com tento numa alvura de arvoredo numa avidez de olvido que encarece o recreio

versão intracódigo do poema do beckett

paulo de toledo, 2007

esforços interpretativos

samuel beckett (1906-1989) écoute-les s’ajouter les mots aux mots sans mot les pas aux pas un à un * escuta os sons com sons sem som se agrupam passos com passos um a um (trad. Luis Roberto Benati) * ouça-os juntar as palavras às palavras sem palavra os passos aos passos um a um (trad. Neila C. L. Ribeiro) * atenção el es anexam os sentidos aos sentidos sem sentido passos so bre passos um a um (trad. Ronald Augusto) post scriptum extravagância tradutória. uma versão um pouco fora da medida. a angulação é intertextual, metalingüística. o “el/ es” pode referir-se tanto às pessoas dos tradutores que me precederam, quanto aos produtos dos seus esforços interpretativos, ou seja, os poemas-soluções que desenham um confronto de concepções diferentes acerca de um mesmo texto. camadas, justaposições de leituras. tradução como palimpsesto. para o leitor que não teme retardar o passo. sente e pensa o dobro de vezes. antípoda dos fast thinkers.

o poeta-editor

Dois lançamentos de uma editora simples e impertinente Ronald Augusto e Ronaldo Machado fazem um triplo lançamento editorial, abrindo com seus livros de poemas, No assoalho duro e Solecidades, respectivamente, a Coleção Poesia da novíssima editora Éblis. Ronaldo, além de poeta é professor de história e de literatura e Mestre em Teoria Literária pela Unicamp. Faz sua estréia com Solecidades, livro cujo olhar lírico-imagético, que percorre “os restos da cidade” e seus arrabaldes, incorpora o tom crítico e a lucidez auto-irônica de uma linguagem que negocia e negaceia sua parcela de prosa. Em Solecidades, escrito entre 2004 e 2006, o poeta confessa: “a cidade encardiu meus sapatos novos, feitos para urdir/ carne quebrada, nervo rendido, osso desconjuntado”. No assoalho duro é o oitavo título de Ronald, poeta, músico e crítico de poesia. O livro reúne alguns exemplares de uma produção de quase vinte anos. O poema mais antigo é de 1988 e o mais recente data de 2006. No assoalho duro é o liv

+ um poema do meu livro Vá de Valha (1992) e bob b.

poema caligráfico de bob brown, in 1450-1950, ed. jargon books. 1951 um dígito no cogito outro no ganho (quem a torto arranca toco) ganâncias que adoeceriam um cid

capa de dichtungsring

dichgtungsring zeitschrift für literatur, n. 34, 2006. tema: ZwischenMensch http://www.dichtungsring-ev.de

poema do meu livro Vá de Valha (1992)

o nosso conceito de dante o nosso conceito de dante o nosso conceito de dante o nos as interpretações de um livro infinito como a commedia as interpretações so conceito de dante o nosso conceito de dante o nosso conceito de dante o sósia o poeta sentimentalmente não condena nem absolve sol cadena monarchia ouro prata povos vergonha sócio emprestado mascarado grafado bebendo num scorvo escuro ou o travo branco da luz que avança estilhaços através do esgalho da onça pintada selva ou a torpeza das linguagens linguagens toupeiras que premiam e castigam tu m’hai di servo tratto a libertate meu espírito espreita minha mão preta avencas inguaiás possessão

DIE GELEHRTEN DER WELT

de Ronald Augusto (tradução: Ines Hegemeyer) Hohn verspielter Münze auf unheilvolle Art geprägt philosophisch vor allem über alles poetisch weder Bitte noch Habsucht hält sie ab Gerechtigkeit zu üben lieBen sie mal davon entfernte sich diese Stück für Stück so dass sie im Lager der Gegner nicht den Toleranten markierten aber im eigenen gäben sie Gas (auf holprigem Boden) : als ob ihre Pfoten schwebten beide unter dem Vorwand als erster vor dem anderen sein Modell geprägt zu haben den “Stein des Weisen” : zahlen mit gleicher Münze was mich angeht dreh ich genügsam besagte Münze um einen Fluch ausstoBend: die einfältige Seite ist die Gelehrte und umgekehrt _____________________________ Ines Hagemeyer (1938) nasceu em Berlin, é poeta e tradutora. Emigrou para o Uruguay onde viveu por várias décadas na capital Montevideo. Desde 1990 reside em Bonn. Faz parte da equipe de editores da revista plurilíngüe Dichtungsring, dedicada à literatura e às demais formas de arte.

ainda o orumuro

diz o murograma poeta mas essa escarificação essa pichatura (literatura da pichação porquanto se cunhou oratura para literatura oral) essa pichatura sobre o orumuro permite também que se troveja e mire em sua caligrafia malassignada um M metonimizado em solita sagita ou uma seta-T a meio caminho de se arrematar / desatar em M anamorfizado e de pernas fechadas assim pode o murograma áspero no corte (craca nesse tipo de sistema de segurança e defesa que sobrou para o emurado cidadão pé-de-chinelo à cata e comensal de vidro em postas para barganhar com a vida) encimado de duros cacos não obstante sua rijeza monolítica lito- gráfica pode dizer elegendo o impreciso a escrita defectiva de conturbado urbano palimpsesto (folhas de rosto discursos sobrepostos) o seguinte poema / poeta um pouco tres- loucadamente também gosto de ouver no quase-signo do caligrama indecidível o murograma murmurando para o design para a economia dos seus sentidos uma sorte de key lexical emprestada de hermes uma

ogumleituras em um muro by cândido rolim

o poeta ronald augusto no encalço veloz de arnaldo xavier exu-mado sacou na paliçada palindrômica intransponível m u r o o r u m o que não impediu de ver no poeta sorte de coisa para exorbitar das cercas mais agora que constato o augusto poeta (não ao gosto) por cima de visual palindromuro colhe um corpo em seta ressetado em plena descida pânica ao mundo ínfero e não é que bem ali neste lado solar do mundo a esperta mão desconhecida anônima anomalia bem nos beiços da sensatez condominial da aldeota cravou no muro sagaz ogum-seta tá ali pra quem vê o grifo sagital diagrama ofídico insidioso o nome - poeta - agudizado alvo disparado contra o próprio olho na revoada grafitada informe do muro o piche pixel note o sutil tridente in-verso signo esgarçado um pouco acima do lixo reciclável firula poetizável de insigniosos senhores destacáveis (geralmente um seleto grupo de eufêmicos inda mais quando predicam faça poesia sem sair de casa) não chega aos pés dessa sépia anarca exímia defecção

machado de assis, aretino e assemelhados

san juan de la cruz por conta do sono nisso sua alma (alta ou baixa? maria benedita) risonha entre vivências a serviço do amor sem souto à vista do joio à sevícia da alegria ou alegre porque joeirar é vetor de viço de joelhos num fisgar de olhos frente ao senhor seu peixe (carlos maria?) carillo il tuo gran cazzo all’anima mi va

orumuro