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Showing posts from 2018

a espera dos mercados

a espera dos mercados o mercado que se lanhe ao inferno com toda essa cerimônia sempre cheios de dedos com a usura uma cartilha de capa suja engordurada pelas mãos do adiposo burguês-níquel (mário de andrade) enquanto o grande líder se dobra segue o rito faz o périplo o beija-mão em vista do aceite do empresariado de rapina do especulador filho de uma égua o candidato como se se candidatara a um assento na abl governar com a anuência do mercado governar para o mercado o mercado é uma claque (em off a determinar vaias palmas e gargalhadas) governar com a legitimação de uma claque o grande líder de plantão o pai de todas as obras o mata-piolho o viável o possível para o momento diz ao mercado que não há motivo para preocupação

pronunciamentos públicos

humor e política: pronunciamentos públicos buster keaton                      entrou por uma porta quando o reclamaram, mas sua entrada era esperada por outra; pegou o microfone e o usou como um barbeador elétrico. george w. bush                         depois de uma coletiva tentou sair por uma porta que estava trancada; era a outra. e uma vez esquivou-se (boxeador de filme mudo) de um, dois sapatos arremessados contra a sua cara de pau.

ÉPITAPHE

VILLON, François n. 1431  EPITÁFIO aqui neste lugar jaz e dorme alguém que Amor fulminou com flecha, um escolar pequeno e pobre. nome: françois villon. vilão, a pecha. não teve nunca escritura de terra. doou tudo, o vulgo comenta à larga: cestos, pães, estrados, mesas. comparsas, dizei esta versalhada:  Rondeau Repouso eterno seja dado a este, Senhor, e claridade desmedida, pois em vida bolso sempre raso teve e no seu prato coisas mal cosidas. rente cortaram-lhe a barba nascente, como a um nabo que se rapa a película. repouso eterno seja dado a este. Rigor o forçou ao exílio, como se peste, e esfolou-lhe a bunda de pelica, não obstante haver dito ele, à risca: “eu apelo!”, termo de fácil exegese. repouso eterno seja dado a este. ÉPITAPHE Ci gist et dort en ce sollier, Qu’amours occist de son raillon, Ung povre petit escollier, Qui fut nommé françois villon. Oncques de terre n’ot sillon. Il donna tout, chascun le scet: ...