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Showing posts from January, 2011

letra de música não é bem poesia

Fuçando em papéis velhos, achei essa letra que fiz em 2001 para uma música do meu caro César Augusto Pontes Ferreira (vai o nome completo, pois se eu deixasse só César Augusto soaria como um nome ficto). Acontece que o meu amigo preferiu fazer, ele mesmo, outra letra, corrigindo por assim dizer a que eu fizera a partir da sua melodia, pois achou a minha muito “obscura e complexa”. Então, aí vai essa letra viúva, divorciada, solta, enfim, o divino internauta decida como nomeá-la. Observação: uma letra sem música é como um poema ruim. Decompor a canção do alto ao chão deviver sem dever ao grande mal o ruim diz que sim a vertigem desdiz vejo o olho do sol fechado estou no silêncio sigo meio de lado assim sem querer sombra do som eu visito o lugar mais aquém onde não sopra ninguém onde nem vem que não tem indagar pelo mundo Para o bem da canção o mal-estar dessa flor sem buquê o que virá? a palavra é flor o perfume a mentir o avesso do lado ce

música nova

Coice de cuidado (ronald augusto) Deixo passar céu adunco sem depois Chuva que cai feito arroz Sem disfarçar eu fiquei longe do sol Fui pra ninguém mesmo só Assim vizinho todo molhado Um cachorro amarrado Malhado em dobro Sem mais sono pra dormir Humm cachorro abandonado Nem a sombra do dono Sem um coice Descuidado Um coice de cuidado Vou me arrastar sem olhar para o azul O que é do céu não me vem Sei farejar o que presta o que é ruim Mordo que não ou que sim Sim no finzinho todo lanhado Um cachorro maltrado Chamado de zorro Sem ter osso pra roer Humm cachorro abandonado Nem a sombra do dono Sem um coice Descuidado Um coice de cuidado

leituras possíveis

capa de Confissões Aplicadas , 2004 A FESTA DA FALA por Sandro Ornellas , p oeta e professor de literatura na Universidade Federal da Bahia. Fi nuras da linguagem, peripécias poéticas, elipses do pensamento, farsas da experiência, memórias do corpo. Este poderia ser uma espécie de resumo-bala do livro CONFISSÕES APLICADAS, o quarto do poeta, músico, letrista e crítico de poesia gaúcho Ronald Augusto, editado no ano de 2004 pela AMEOP – Ame O Poeta Editora –; mas também desejo aproximar dessa listagem-resumo, desse inventário-suma do livro de Ronald a mais incontornável contemporaneidade, como uma expressão-síntese do resumo-bala, do inventário-suma. O poeta, desta feita, manipula sério-jocosamente alguns dos signos e valores da cultura de hoje, sem apelar para a casmurrice maniqueísta. Aliás, seu rosto na capa do livro me passa a ambígua impressão de um misto de ironia e despojamento. A atenção aos signos que passeiam pelas infovias do mundo não se limita, entretanto, apenas