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em santos lançando a Éblis na livraria Realejo

eu, paulo de toledo e ronaldo machado no lançamento (26 de outubro) de 51 mendicantos , livro de poemas do poeta de santos, torcedor do quase rebaixado corinthians.

pra suportar sp só com 51 mendicantos

estaremos lá, eu e o ronaldo machado , comemorando o livro de estréia de paulo de toledo. com a publicação do terceiro volume da coleção poesia da editora éblis, persistimos no foco da nossa proposta, que é pôr em circulação a poesia que não se contente com a corriqueira satisfação da moeda literária vigente, que tomba, ora com a cara cult, ora com a coroa provinciana. a editora pretende jogar sobre a mesa uma outra moeda, revendo assim a economia poética contemporânea a partir de outros valores. não estamos fazendo uma aposta publicando a poesia de paulo de toledo; apresentamos ao leitor uma linguagem com a qual temos "afinidades eletivas".

+ um poema do meu livro Vá de Valha (1992)

acrílica sobre tela (detalhe) de rosa marques www.verbavisual.blogspot.com pedra o quadril uva o veio poema a moenda usança o zuluso musseque a favela bessangana o moleque

teatrofantasma

foto: Daniela Montano ENTREVISTA CONCEDIDA A MARCELO ARIEL em www.teatrofantasma.blogspot.com , julho de 2007 1) Qual seria a função social do escritor em uma sociedade desigual e injusta como a do Brasil, com milhões de analfabetos reais e funcionais? Existe uma função social da literatura? Em que pese Ezra Pound, um dos poetas de minha predileção, sustentar que cabe ao poeta a responsabilidade de manter a sanidade e a eficiência da língua-linguagem, sob pena de a cultura de uma nação decair, tudo isso me parece excessivamente utópico e romântico. O poeta age sobre a linguagem, isto é, trabalha-a de modo subversivo ou inventivo (ou pelo menos deveria). Isso quer dizer que muitas vezes a verdadeira obra poética (porque transgride a norma) não esclarece coisa nenhuma, pelo contrário, não raro nos leva a um beco sem saída. Por outro lado, o filósofo Wittgenstein já disse que os limites ou os contornos do mundo são determinados pelos limites da nossa linguagem. Assim, se se quiser mesmo...

a terceira das 4 "quadras de destrinça", do livro Homem ao Rubro, 1983

arrumo nos lundus mais lentos as duras descobertas que fiz as iluminuras de dor que por tudo calculei quem sabe nem tanto tomara proveitosa agave tão sem meias setas e certa e exausta salvam-se as negras de tudo que fausta

notas de leitura: No assoalho duro. editora Éblis, 2007

por Ronaldo Machado ( http://www.solecismos.zip.net/ ) O título do livro de Ronald Augusto é catafórico da poética que o sustenta: uma escrita vigorosa, severa, dura e mesmo ríspida na sua função poética, no seu constitutivo estético. Leia-se esta aspereza na perspectiva de sua produtividade textual, na sua potência de invenção e intervenção sobre a linguagem. E, justamente ai, é que se encontra toda a expertise do poeta. No assoalho duro é um livro onde a escritura se faz entre corrosiva e escarificante do senso-comum poético. Um conjunto - um assoalho xadrez - de 18 poemas fricativos, escritos entre 1988 e 2006, dão volume ao magro livro. “jejum ergo coroa destronante/ jejum disse jesucristo enquanto/ levava à testa renhidos picos// cesto vazio seco sem o pão ázimo/ nem azia nem pedrarias beco/ básico câmara contraespiã// movediça e especular/ desdobrando braços no mais íntimo/ do palácio elísio de kublai khan” ( p.5) Como a filosofia de Nietzsche, do qual Ronald é insistente le...

a coleção completa

Frames da poesia contemporânea 1 Não obstante ser um bom livro falta-lhe coesão. Um conjunto de poemas esforçados. O autor tenta forjar uma coesão, mas da seguinte maneira: todos os poemas se compõem, a rigor, de duas estrofes, uma cuja extensão é variável (pode ter de 10 a 20 versos, mais ou menos), e outra “estrofe” que é um verso derradeiro isolado. É claro que isso não constitui um fio condutor, sequer uma “linha” condutora. Parece mais um formalismo sem função. Referências intertextuais. Diálogo culto com criadores de outras artes. Normalidade irritante. 2 O autor se vale do verso metrificado com senso contemporâneo, isto é, utiliza-o numa perspectiva irônica, às vezes sarcástica. No entanto, a opção pela tonalidade farsesca com relação ao modelo consagrado do verso medido, em certas ocasiões, acaba por se esgotar em si mesma. Mas mesmo aí, o autor se mostra, com freqüência, muito esperto. A leitura ou a releitura do recurso ao metrônomo não está condenada, desde um ponto d...